Quando falamos em morte lúcida existem vários pontos que são levados em conta por meio da religião e cultura dos mais diversos países. Vale também reforçar que a grande mídia (rádios, TVs, cinema e afins) já “romantizaram” esse tema por meio produções que abordaram o assunto, assim como a teledramaturgia que trabalha constantemente com a temática.
A morte durante muitos anos tornou-se um tabu na vida das pessoas. Falar do assunto, principalmente em famílias religiosas, vinha como tema “aterrorizante” para aqueles que não estavam preparados para saber lidar numa eventual abordagem entre adultos e crianças, por exemplo.
Uma coisa na vida: nascer e morrer. Mas a vida merece ser vivida com muito amor e dedicação. A morte precisa ser falada entre as pessoas para que não venha mais a se tornar um tabu igual foi no passado. Para que haja vida é necessário também que exista a morte. Ambos se completam
O que acontece quando alguém morre?
Ao falar de morte lúcida é tudo um mistério que envolve as pessoas. Muitos acreditam que haverá um “outro plano” fora do ambiente terrestre que conhecemos. Já outros, acreditam numa “volta” num outro corpo e existem aqueles que pensam com a razão que não existe nada além daqui.
A morte é sempre representada com o “apagar das luzes”. Uma forma de dizer adeus, chorar ou até mesmo para algumas pessoas um alívio. O assunto ainda continua a quebrar tabus ao longo dos anos. Existem elementos que compõem o imaginário popular sobre o que acontece quando alguém morre. As religiões têm suas respostas, os pesquisadores no assunto buscam explorar o tema com entusiasmo.
E o que a ciência diz sobre?
Desde o primeiro momento em que vamos à escola é ensinado que o nosso corpo vive em função dos órgãos internos. Numa eventual lesão nessas regiões do corpo humano acarretará consequências e duas delas são primordiais para a existência humana: coração e cérebro.
Quando o coração para de bater, o indivíduo morre. Quando o cérebro para de responder às funções do corpo humano é praticamente dado como encerrada a vida daquela pessoa que dependia de tais funções para sobreviver, até mesmo órgãos que passam a responder apenas por aparelhos.
A Experiência de Quase Morte (EQM)
É comum em alguns casos de EQM em que os pacientes relatam ter estado em “passagens para outros planos”, “avaliação da vida”, recordar de ver a equipe médica tentando fazer uma reanimação, por exemplo, e ouvir a voz dos médicos, entre outros. São essas avaliações que muitos médicos já ouviram por meio de relatos de pacientes no dia a dia.
A parada cardíaca
Sobre a morte lúcida, um estudo feito pela Faculdade de Medicina Grossmann da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, mostrou que os pacientes que tiveram paradas cardíacas, trouxeram à tona fatos que descrevem sensações por meio da EQM.
Durante o estudo, ficou evidente que uma a cada cinco pessoas que sofrem paradas, mesmo com o coração sem apresentar batimentos, o indivíduo conseguia voltar a viver e descrevia tais sensações de “quase morte”.
Geralmente pessoas destacam alguns pontos quando vivenciam a morte lúcida com frases descritas conforme pontuado abaixo:
- “Fiz uma revisão da vida e, durante essa revisão, voltei a ver cenas da minha vida.”
- “Toda a minha vida passou à minha frente… no princípio, foi muito rápido. Depois, alguns momentos se desaceleraram. Tudo me foi mostrado, todos os que eu ajudei e todos os que magoei.”
- “Minha vida e todos os seus acontecimentos começaram a se reproduzir na minha mente, mas de uma forma muito clara, real e viva.”
Outros afirmaram terem vivido uma separação do corpo; outros, a sensação de retornar ao corpo:
- “Deixei o meu corpo.” “Disseram-me que não era a minha hora e que eu precisava retornar ao meu corpo.”
- “Eu me senti como se me atirassem de volta para o meu corpo.”
- “Descobri que havia um ser ao meu lado… era uma presença reconfortante, uma presença tranquilizadora, mas também uma presença de magnitude e poder.”
Já outros tiveram a percepção de se dirigir a um destino e regressar a um lugar que eles sentiam que fosse o seu lar:
- “Olhei para cima e vi o meu destino.”
- “Não é que eu estivesse em um túnel. Era como se fosse criado um túnel à minha volta devido à incrível velocidade da minha viagem.”
- “Passei por um túnel com grande velocidade. Era maravilhoso e não queria voltar.” “Sabia que estava em casa.”
- “Eu queria ir para a luz. Queria voltar para casa.”